sábado, 9 de abril de 2011

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Coelho Neto – Quem ama cuida.

Paròquia de São Jerônimo - foto: Mauro Barros

Vamos falar dos contrastes, debater soluções e, principalmente, lutar para recuperar a história do bairro. 
Vivemos no bairro que recebe o nome de um dos mais importantes escritores do país no inicio do século passado, autor de vasta e importante obra, estamos bem perto do Centro da cidade e em ótima posição com relação aos bairros mais importantes da zona norte. Entretanto ao longo dos anos Coelho Neto vem acumulando perdas, e por incrível que pareça as vezes tenho a sensação de que isto não incomoda muito seus moradores, muitos de famílias tradicionais, já na quarta ou quinta geração de moradores do bairro, que já teve grande importância cultural no cenário do antigo estado da Guanabara e do país.
Este é o post de abertura deste blog que pretende falar sobre nosso bairro.
Estamos até bem servidos de transportes públicos, a Av. Brasil passa no meio do bairro, temos a antiga Automóvel Club, hoje Pastor Martin Luther King, o Metrô e até uma boa quantidade de linhas de ônibus, porém, Coelho Neto, ao longo dos anos vem perdendo, e muito, em qualidade de vida, em parte pelo descaso e abandono do poder público mas também, muito, pela falta de cuidado de seus moradores.
CEM João Baptista de Mattos - foto: Mauro Barros
Já há algum tempo é comum encontrarmos lixo nas calçadas, quase sempre esburacadas, e por todo o bairro são muitos as crateras nas ruas, algumas cheias d'água, servindo de foco para proliferação de mosquitos, ou de  esgoto, resultado da falta de manutenção das galerias do bairro.
Coelho Neto tem alguma oferta de serviço público, tem o PAM e aqui existe boa quantidade de escolas  municipais, algumas  particulares e um bom colégio estadual, nosso querido “Batistão”(foto), entretanto é no campo da cultura que o bairro sofreu ao longo dos anos as maiores perdas.
 A última, e talvez, uma das mais significativas foi a demolição da Concha Acústica que existia na quadra do “Parquinho”(Escola municipal Ana de Barros Câmara), que deu lugar a ampliação do prédio desta escola,  a quadra e ao auditório da Monte Castelo, sei não, mais dava pra ter sido de outra forma, enfim; só quem participou de alguma edição do “Natal Fraterno,(evento organizado pela galera do Grupo Jovem da Paróqia de São Jerônimo- foto), das “Colonias de Férias” do “Parquinho” ou até mesmo assistiu a um super shows de Bandas como DC3 e Afta, do nosso amigo Charly Berton, Rock And Roll do melhor, sabe como foi grande a perda.
Antes o bairro já tinha perdido seus cinemas, teatros e paralelo a isto os muros iam aparecendo nas casas e crescendo, escondendo aqueles belos gramados e aquelas calçadinhas tradicionais, que foram parar no cinema, aparecendo no clássico nacional “O assalto ao trem pagador”.
Já que falei de perda estética, quem ai se lembra das pastilhas azuis que revestiam os dois viadutos, que a maioria chama de“pontes”, o que impediu quem fez a última reforma de fazer uma restauração adequada, mantendo a beleza que tinham,será que o custo ficaria tão alto; aquele revestimento era muito mais bonito que aquela horrível tinta cinza que um governante insensato mandou tacar ali.
É certo que o trem passou, se foi, levando com ele muito da história local, hoje só existem vestígios da estação Areal, onde a composição que trazia as novidades no inicio do século passado parava, estas historias só conhecemos de livros ou através da narrativa de nossos pais, avôs e avó, não podemos perde-las.
Por este motivo é que pensei nesta campanha, trata-se apenas de uma campanha cidadã, de amor e conscientização, de resgate da qualidade de vida, não tem outra pretensão senão de unir quem vive e ama e investe no bairro, quem trabalha e acredita que, apesar da impossibilidade fazer tempo não voltar, unidos podemos fazer nosso bairro melhor, podemos construir uma história tão bonita como a que ouvimos de nossos “velhos”. É utópico eu sei, custa muito pouco tentar.
Vamos lá então! COELHO NETO – QUEM AMA CUIDA.
Entrem em contato, comentem, enviem fotos e documentos históricos.'